“Lento, saiu à calçada. Grande era o tráfego de animais de tração. Iam e vinham transeuntes em direção ao Moinho d`´agua. Enfastiado, apreciava o movimento. Feliciano, observou o movimento das pessoas que iam e vinham do moinho d`água ao final da rua. Não se sentia nada bem e olhava os movimentos do povo com uma expressão de total desencanto, ainda que, pelo adiantado da hora, não o torturava sua traidora imaginação. (Recém acordado, ainda estava entorpecido pelo sono). Sabia muito bem que essa feliz trégua com sua imaginação o deixava em paz até algumas horas após acordar.
Enquanto se via refletido num velhinho que transitava a duras penas, com seu corpo já pulverizado pelos anos, escutou o trotar de cavalos do outro lado da rua. Viu-os. Eram quatro corcéis negros que puxavam uma carroça que parecia inteiramente feita de metal, talvez de pura prata. À medida que se aproximava, o ruído do tropel aumentou. Tal era o estrondo que os demais transeuntes deveriam pensar que era um som fora da realidade. (Certamente ninguém pensou em desafiar o ruído, nem subjugá-lo em voz alta). Só Feliciano era capaz de por as coisas em seu lugar, de imediato e sem vacilações. (Era capaz de por qualquer coisa em seu lugar, menos seu próprio pensamento). Instintivamente deu um salto no meio da rua para deter a carroça. Só então pode perceber a carreira desenfreada e o olhar ameaçador dos cavalos, que, obviamente, de forma alguma deteriam sua carreira.
Tudo transcorreu em poucos segundos e, ao tomar consciência de que ia ser atropelado, voltou de um salto à calçada, sem perder de vista os cavalos. Logo tudo saiu da realidade, porque a carroça não seguiu seu caminho normal, como deveria ter seguido, mas dobrou, animais e tudo, até onde ele procurava proteger-se.
- “Maldição” – disse – “logo de manhã!”
E correu para o interior da casa de onde, minutos atrás, tinha saído. Com um solavanco contra a calçada a carroça entrou desembestada diretamente em sua procura. Houve testemunhas. Uma senhora, que não tinha as pernas normais, mas que se movia graças a muletas que lhe nasciam no estômago, concordou com a atitude exemplificadora da carroça, argumentando que nelas recai a obrigação natural de acabar com os indisciplinados.
Subiu pelas escadas ao segundo e depois ao terceiro andar, atingiu um corredor decorado com flores que, pela pressa, não pode apreciar, e logo saiu para um beco meio sombrio que imaginou longo e sem obstáculos. Correu, correu com todas as suas forças pelo beco sem olhar para trás, já sentindo os cavalos a lhe pisarem nos calcanhares. Mas foi azarado, porque o beco, incrivelmente, não tinha saída. Havia um muro bem alto e impenetrável que nem o mais ousado teria sequer imaginado que seria possível escalá-lo. Então não teve outra alternativa a não ser deixar que as coisas acontecessem e, bruscamente, parou de correr e começou a gritar em voz alta, antes de ser atropelado :- "Bem feito"
Hola Juan, estoy de acuerdo con el comentario de Arno de que corrijas o cambies el titulo de tu cuento, esa es la forma correcta de escribirlo en portugues. Sigue escribiendo asi, me gustó mucho.